Minhas irmãs e meus irmãos, Deus nos abençoe e nos fortaleça nestes tempos de provações coletivas na Terra!
Em meio às preces que se elevam, da crosta para os Cimos da vida imortal, ouvimos nós, os amigos domiciliados no Mais Além, a indagação de muitos, às vezes a nós próprio, sobre os destinos humanos, frente à onda avassaladora de um vírus que muda completamente os hábitos e as necessidades dos nossos irmãos encarnados…
Cogita-se ser uma expiação coletiva ou mesmo tratar-se de castigo divino, dentro de uma interpretação ainda eivada de misticismo religioso dos velhos tempos e da mágica atribuída a seres perversos ou a seres elevados, como se a ordem das existências físicas estivesse submetida a decisões exteriores e práticas caprichosas de novos “deuses”…
Não, meus amigos! O que ocorre neste momento com a humanidade terrena é fruto de suas experiências, de suas escolhas, dentro daquela harmônica pauta do livre arbítrio, dando a cada um segundo as próprias obras. Não há maldição, nem desvio, nem interferência indevida de seres extraterrestres, mas exatamente a consequência dessa evolução trabalhada por cada coração que pulsa no mundo, numa escalada crescente de desafios e aprendizados que vem de remotíssimas eras, quando o homem, mal saído das providências criadoras de Deus, apenas ensaiava, pelo instinto, as suas promissoras prerrogativas de inteligência e moral.
A prova coletiva que a todos obriga cuidar-se e zelar pela sobrevivência dos demais, em bases de consciência e solidariedade, sem dúvida é um passo vigoroso pela humanização efetiva das sociedades em todos os países, mas, só por si, não resolverá os problemas graves e endêmicos do egoísmo e do orgulho que mantêm a nossa morada planetária em nível ainda deficitário de progresso e elevação moral. Após o período de cuidados e do medo que reprime as manifestações passionais e voluntariosas, muitos irmãos nossos retornarão, ferozes, aos cálculos e maquinações nem sempre honestos e recomendáveis a um cristão, para auferir vantagens imediatistas sobre os demais. Todavia, quantas almas estarão tocadas por reflexões profundas, por sentimentos mais humanos e mais espiritualizados, não propriamente por efeito de uma fé religiosa exterior, porém daquela confiança genuína em nosso Pai e dotada de um respeito até então desconhecido ou negado pela vida, pela obra da Criação em seus contornos mais santos e sublimes!…
Não reconhecemos, até por experiência pessoal, embora tenhamos consciência de nossa pequenez perante o Universo de amor e luz do Pai, nenhuma fórmula exterior ou de natureza miraculosa que possa substituir suor e lágrima na empreitada de elevação e aprimoramento que nos é dever e imperativo na Criação. Não há nada mirabolante ou sensacionalista que seja real e mereça nossa consideração de cristãos ou espíritas-cristãos a ponto de substituir o legado de Jesus – todo ele moral – para que aufiramos valores e deleites seja na Terra ou alhures!…. Nenhuma ação ou manifestação extraterrena, por mais fantástica pareça aos olhos ainda incultos dos homens, poderão atuar deliberadamente sobre a humanidade ou influenciar diretamente a liberdade que cada qual de nós possui, dentro dos limites evolutivos alcançados, porque Jesus, a maior autoridade que já pisou em espírito e corpo na Terra, nunca lançou mão de expressões mágicas ou futuristas, por mais deslumbrantes fossem, para nos educar e nos demonstrar o Amor do Pai, atendo-se à sublime moral que exemplificou e explicou da manjedoura singela à cruz de seu martírio por todos nós, prosseguindo em Espírito e Verdade da Vida gloriosa a sua missão salvadora, empenhando-se pessoalmente por cada um de nós, sem desalento e sem qualquer exclusão, até que nos tornemos filhos de Deus, em plena consciência das virtudes que dEle herdamos e haveremos de valorizar!
A vida continua, a luta continua… E no realismo das provas que nos são condições de aprendizado e superação íntima, ergamos a fronte e busquemos a bênção de Deus por atitude de confiança e sincera humildade!
Sigamos com fé e amor entre nós, certos de que Jesus vela por toda a
Humanidade!
Do irmão e menor servidor de todos,
CHICO XAVIER
Mário Campos, MG, 26 de março de 2020.
(Mensagem psicografada por Wagner G. Paixão).